Efeitos secundários possíveis

Tendo em conta que o tratamento pode danificar células e tecidos saudáveis, é possível que ocorram efeitos secundários. Estes efeitos secundários dependem de diversos fatores, designadamente a localização e o tipo de tumor, e a extensão do tratamento.

Os efeitos secundários não são semelhantes em todas as pessoas, podendo, inclusivamente, variar entre as diversas sessões de tratamento.

Antes de iniciar o tratamento, os médicos e enfermeiros explicarão quais são os possíveis efeitos secundários resultantes do tratamento e como lidar com eles.

CIRURGIA

Nos primeiros dias após a cirurgia, os doentes sentem habitualmente dores de cabeça ou desconforto, que podem ser controlados com medicação. Os doentes não devem ter receio de falar com o médico ou enfermeiro sobre as formas de aliviar a dor.

Também é normal que os doentes se sintam cansados ou débeis. O tempo de recuperação após uma operação varia de doente para doente.

Também podem ocorrer outras complicações menos comuns.

A quantidade de sangue ou de líquido cefalorraquidiano pode aumentar no encéfalo. A este inchaço dá-se o nome de edema. A equipa médica monitoriza os doentes para detetar sinais destas complicações.

Podem ser administrados corticoides ao doente para aliviar este inchaço. Pode ser necessária uma segunda cirurgia para drenar o líquido. O cirurgião coloca um tubo fino (shunt) num ventrículo cerebral. Este tubo é ligado, por baixo da pele, a outra zona, geralmente o abdómen. O líquido em excesso é retirado do encéfalo e drenado para o interior do abdómen, ou eventualmente para o coração.

As infeções são outra possível complicação que pode surgir após a cirurgia. Se tal acontecer, o doente deverá ser tratado com antibióticos.

A cirurgia cerebral pode danificar o tecido cerebral normal, o que constitui um problema grave. O doente pode ter dificuldade em pensar, ver ou falar e, ainda, sofrer alterações de personalidade ou convulsões.

A maioria destes problemas diminui ou desaparece com o tempo. No entanto, os danos cerebrais podem ser permanentes, o que leva o doente a recorrer a fisioterapia, terapia da fala ou terapia ocupacional.

Radioterapia

Depois do tratamento, alguns doentes têm náuseas durante várias horas. A equipa médica pode sugerir soluções para ajudar o doente a lidar com estes problemas. A radioterapia pode, ainda, causar uma grande fadiga à medida que o tratamento decorre. É fundamental repousar, embora os médicos aconselhem os doentes a permanecer o mais ativos possível.

Na maioria dos casos, a radioterapia causa queda de cabelo, embora este volte a crescer após alguns meses. A radioterapia pode também provocar alterações cutâneas na região tratada. O couro cabeludo e as orelhas podem ficar avermelhados, secos e sensíveis. A equipa médica pode sugerir aos doentes formas de aliviar estes problemas.

A radioterapia pode também originar um inchaço nos tecidos cerebrais. Os doentes podem ter dores de cabeça ou uma sensação de pressão. A equipa médica deverá controlar estes sintomas com medicação, de forma a reduzir o desconforto.

A radiação pode destruir tecidos cerebrais saudáveis. A este efeito secundário dá-se o nome de necrose por radiação. A necrose pode causar dores de cabeça, convulsões, lentificação psico-motora e em casos muito raros levar à morte do doente.

Nas crianças, a radiação pode danificar a glândula pituitária, bem como outras áreas do encéfalo, daí resultando dificuldades de aprendizagem ou atraso no crescimento e desenvolvimento.

A radiação durante a infância aumenta o risco de desenvolvimento de futuros tumores secundários. Prossegue a investigação para determinar se, em vez da radioterapia, as crianças com tumores cerebrais podem receber apenas quimioterapia, ou pelo menos reduzir a dose total de radiação.

Os efeitos secundários podem ser mais graves se a quimioterapia e a radioterapia forem administradas simultaneamente. O médico pode sugerir formas de prevenir estas complicações.

Quimioterapia

Os efeitos secundários da quimioterapia dependem sobretudo dos fármacos utilizados. Os efeitos secundários mais frequentes são: febre e arrepios, náuseas e vómitos, perda de apetite e fraqueza. Alguns efeitos secundários podem ser aliviados com medicamentos.

Os doentes que coloquem um implante (ou disco) com fármaco são monitorizados pela equipa médica para detetar quaisquer sinais de infeção pós-operatória.

As infeções podem ser tratadas com antibióticos.

Cancro do cérebro: cuidados de suporte

Em qualquer estadio da doença, as pessoas com tumores cerebrais recebem cuidados de suporte para prevenir ou controlar as complicações que possam surgir e melhorar o seu conforto e qualidade de vida durante o tratamento.

Os doentes podem ser submetidos a tratamentos para controlar a dor e outros sintomas associados ao tumor cerebral, para aliviar os efeitos secundários da terapia ou para minimizar os problemas emocionais.

Estes são alguns tipos de cuidados de suporte para pessoas com tumores cerebrais:

  • Corticoides – A maior parte dos doentes com tumores cerebrais necessita de corticoides para atenuar o edema cerebral.
  • Medicamentos antiepiléticos – Os tumores cerebrais podem causar ataques epilépticos. Os doentes podem tomar medicamentos anti-convulsivantes, de modo a prevenir ou controlar as crises convulsivas.
  • Shunt – Se o líquido aumentar no encéfalo, o neurocirurgião pode colocar um shunt para o drenar.

Muitas pessoas com tumores cerebrais recebem cuidados de suporte, simultaneamente com tratamentos destinados a retardar a progressão da doença. Outras pessoas recebem apenas cuidados de suporte para lidar com os sintomas.

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