Efeitos secundários possíveis

Os tratamentos para o cancro do estômago podem danificar não só as células cancerígenas, mas também as células saudáveis, dando origem a efeitos secundários. Alguns efeitos secundários específicos dependem principalmente do tipo de tratamento realizado e da sua extensão (tratamentos locais ou sistémicos).

Os efeitos secundários podem não ser os mesmos em todas as pessoas, mesmo que estejam a fazer o mesmo tratamento. Por outro lado, os efeitos secundários sentidos numa sessão de tratamento podem ser diferentes na sessão seguinte.

O médico irá explicar os possíveis efeitos secundários e qual a melhor forma de os prevenir e controlar. É muito importante que o médico tenha conhecimento de quaisquer problemas que surjam durante ou após o tratamento.

Cirurgia

A gastrectomia é uma cirurgia extensa. Após a cirurgia a pessoa poder-se-á sentir limitada nas suas atividades para permitir o correto processo de cicatrização e de recuperação.

Durante os primeiros dias após a cirurgia, a pessoa é alimentada por via endovenosa, ou seja, através de uma veia. Poucos dias depois, a maioria das pessoas já pode ingerir líquidos, seguidos posteriormente de alimentos, primeiro moles e posteriormente sólidos.

No caso de ter sido removido todo o estômago (gastrectomia total), a pessoa não irá conseguir absorver a vitamina B12 (necessária em vários processos do organismo) e, como tal, precisará de levar injeções regulares desta vitamina.

Poderá ocorrer dificuldade temporária ou permanente em digerir determinados alimentos e pode ser necessário modificar a dieta. Algumas pessoas tratadas com gastrectomia irão necessitar de seguir uma dieta especial, durante algumas semanas ou meses, enquanto outros o terão de fazer permanentemente. O médico ou um nutricionista explicará quaisquer alterações necessárias da dieta.

Algumas pessoas gastrectomizadas podem apresentar cãibras, náuseas, diarreia e tonturas, depois de comer, uma vez que os alimentos e os líquidos chegam ao intestino delgado muito depressa. Este conjunto de sintomas é designado síndrome de dumping. Alimentos que contenham grande quantidade de açúcar pioram muitas vezes estes sintomas.

A síndrome de dumping pode ser tratada alterando a dieta da pessoa. O médico deverá avisar a pessoa gastrectomizada para comer pequenas refeições fracionadas durante o dia, evitar alimentos que contenham açúcar e para comer alimentos ricos em proteínas. Com o intuito de reduzir a quantidade de fluidos que entram no intestino delgado, normalmente é aconselhado não ingerir líquidos durante as refeições. A síndrome de dumping também pode ser controlada com medicação. Os sintomas desaparecem geralmente após 3 a 12 meses, embora possam ser permanentes.

Depois da gastrectomia, a bílis (no intestino delgado) pode refluir para a porção restante do estômago ou para o esófago originando sintomas gástricos. Nestes casos, o médico pode aconselhar medicação específica para controlar esses sintomas.

Quimioterapia

A quimioterapia afeta tanto as células normais como as cancerígenas.

Os efeitos secundários da quimioterapia dependem, principalmente, dos fármacos e doses utilizadas.

Em geral, os fármacos anticancerígenos afetam, essencialmente, células que se dividem rapidamente, como sejam:

  • Células do sangue: estas células ajudam a “combater” as infeções, ajudam o sangue a coagular, e transportam oxigénio a todas as partes do organismo. Quando as células do sangue são afetadas, há uma diminuição do seu número total em circulação, o que pode tornar a pessoa mais suscetível a ter infeções, de fazer “nódoas-negras” (hematomas) ou a sangrar facilmente, podendo ainda sentir-se mais fraca e cansada.
  • Células dos cabelos/pelos: a quimioterapia pode provocar a queda do cabelo e pelos do corpo. No entanto, nem todas as quimioterapias estão associadas a este efeito, e quando ocorre, é quase sempre reversível, com crescimento do cabelo após suspensão dos tratamentos (embora possa apresentar cor e “textura” diferentes).
  • Células do aparelho digestivo: a quimioterapia pode causar falta de apetite, náuseas e vómitos, diarreia e feridas na boca e/ou lábios. Muitos destes efeitos secundários podem ser controlados com a administração de medicamentos específicos.com a administração de medicamentos específicos.

Regra geral, estes efeitos desaparecem gradualmente, durante o período de recuperação entre tratamentos, ou depois de estes terminarem. Podem ocorrer outros efeitos secundários menos frequentes, que deverão ser discutidos com o seu médico oncologista.

Radioterapia

Os efeitos secundários da radioterapia dependem, essencialmente, da dose e do tipo de radiação, bem como do local do corpo que irá ser tratado. Por exemplo, se a radiação incidir no abdómen pode provocar náuseas, vómitos ou diarreia. Para aliviar estes problemas, o médico pode recomendar medicação específica ou sugerir alterações na dieta.

Adicionalmente, a pele na área tratada pode tornar-se vermelha, seca e sensível, pelo que deverá ser evitado o uso de roupas justas. Não deverá usar qualquer creme ou loção na região tratada sem conselho médico. Poderá perder o cabelo e/ou pelos na zona tratada.

Durante a radioterapia poderá sentir-se muito cansado, particularmente nas últimas semanas de tratamento. O descanso é importante, no entanto, o médico aconselha as pessoas a manterem-se ativas dentro do possível.

Os efeitos da radioterapia na pele são temporários, e normalmente a zona afetada irá gradualmente recuperar assim que termine o tratamento. Pode, no entanto, haver uma alteração duradoura na cor da pele.

Se tiver um efeito secundário particularmente grave, poder-lhe-á ser sugerida uma interrupção do tratamento.

Terapêutica Biológica - Imunoterapia

Os efeitos secundários da imunoterapia variam com o tipo de tratamento.

Alguns tratamentos provocam sintomas do tipo gripal, tais como arrepios, febre, fraqueza, náuseas, vómitos e diarreia. Ocasionalmente podem ocorrer erupções cutâneas, assim como equimoses ou sangrar facilmente.

Estes problemas podem ser potencialmente graves, podendo obrigar a que os doentes necessitem de tratamento no hospital em internamento.

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